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- Jaco Pastorius
Jaco Pastorius foi um daqueles seres "iluminados" que aparecem de 10
em 10 anos, ou mais, e mudam o rumo de todas as coisas relacionadas ao
que fazem.
Desde 1987, 21 de setembro não é mais um dia com muitos
motivos para sorrisos para os amantes da música. A tristeza pela
ausência física e de novos trabalhos do homem, do gênio, que ensinou o
mundo o que era e como se tocava um fretless, é grande demais. Porém, é
suplantada pela presença de Jaco até hoje, em seus admiradores,
seguidores, fãs, etc. No toque de cada baixista deste planeta, há um
pouco de Jaco Pastorius, mesmo que esse próprio baixista nem saiba e
perceba que está fazendo aquilo levado por influências 'Pastorianas'.
Jaco
Pastorius representa para o baixo o mesmo que Hendrix para a guitarra.
Inovou, mudou os rumos, revolucionou. Michael Manring, Billy Sheehan,
Les Claypool, Tony Levin, entre outros mágicos do baixo, foram
influenciados por Jaco e se referem a ele com respeito e admiração. Ou
seja, se referem a ele da maneira como todos devem se referir,
independente de gostar ou não do que ele fez com Pat Metheny, Weather
Report, Joni Mitchell e outros.
Filho
de Jack e Stephanie Pastorius, John Francis Pastorius III nasceu em 1
de dezembro de 1955 em Norristown, Pensilvânia, de onde se mudaria para
Fort Lauderdale, Flórida, em 1959, onde inicia sua carreira tocando
bateria em 1963 numa banda local, The Sonics, e adotando o instrumento
que o celebraria somente em 1967, quando já fazia parte do Las Olas
Brass, outra banda local.
Sua fama começou a galgar vôo em 1973,
quando começou a lecionar, por meio período, na Universidade de Miami.
No decorrer da década gravaria vários discos em conjunto com vários
artistas, notabilizando-se principalmente pelo trabalho junto ao Weather
Report. No início dos anos 80 grava "Word of Mouth", seu segundo e mais
famoso álbum solo, com uma versão inacreditável de "Blackbird", dos Beatles.
Dentre outras coisas, Jaco foi quem começou a usar harmônicos utilizando seus dedos para criá-los fora do braço. Seus únicos instrumentos foram dois Fender Jazz Bass sunburst - dos quais arrancou o escudo - e amplificadores Acoustic.
Apesar
de todo sucesso de crítica, mídia e público, Jaco, cuja personalidade
sempre fora difícil, teve várias crises depressivas, acabando por se
afundar no álcool e nas drogas.
Em setembro de 1985, foi preso na Filadélfia por tentar invadir a casa
de seu pai, e em julho de 1986 acabou por internar-se na ala de
psquiatria do Hospital Bellevue, em Nova York, onde foi diagnosticado
como maníaco depressivo. No início do ano seguinte, após saber da morte
de dois amigos de infância, entrou em profunda depressão e interrompeu o
tratamento que iniciara no ano anterior, passando a beber além da conta
e passar as noites dormindo em parques públicos, tendo sido preso
diversas vezes por promover brigas, desordens e até furtos.
Tudo
isto culminaria nos incidentes que causaram sua morte, iniciados na
noite de 11 de setembro quando, já irreconhecível, tentou subir no palco
durante um show do Santana em Fort Lauderdale, tendo sido retirado
pelos ajudantes de palco. Logo cedo tentou invadir um clube noturno,
acabando por se envolver numa briga com os seguranças, que o espancaram
tanto que deu entrada no Centro Médico Municipal Broward em estado de
coma, tendo resistido até o dia 21, quando foi declarado morto às 22
horas.